sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Oração à Santa Sara



Minha Mãe e querida Sara Kali, que em vida atravessaste os mares e com vossa fé levaste à vida novamente todos que contigo estavam; 

Vós que Divina e Santa, és amada e cultuada por todos nós, mãe de todos ciganos. Senhora do amor e da misericórdia.

Vós que conhecestes o preconceito e a diferença. Vós que conhecestes a maldade muitas vezes dentro do coração humano.

Olhai por nós, derramai sobre vossos filhos, vosso amor, vossa luz e vossa paz. Carrega-nos com vossas mãos e protegei nossa liberdade, nossas famílias e colocai no homem mais fraternidade.

Derramai vossa Luz nas vossas filhas, para que possam gerar a continuação livre do nosso povo. 

Olhai por nós em nossos momentos de dificuldade e sofrimento, acalmai nossos corações nos momentos de fúria, guardai-nos do mau e dos nossos inimigos, derramai em nossas cabeças vossa Paz para que em paz possamos viver abençoai-nos com Teu amor Santa Sara Kali, que ao Pai celestial possas levar nossas orações e abrandar nossos caminhos.

Que asssim sejas louvada para todo o Sempre.

Santa Sara Kali

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. 

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. 

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. 

Alma Cigana

“Um passaro que não quer ser aprisionado...
Assim é minha alma...
Que pousa aonde encontra alento e amor...
Mas que precisa estar livre para voar se assim desejar...
Sou fiél aos meus sentimentos e não aceito que me prove...
Quando amo... sinto a intensidade do amor percorrer cada célula de meu corpo...
Minha alma que de tão transparente e tão lúcida suscita de paixão...
Sou menina... sou mulher...
Danço para esquecer as marcas em meu coração...
Se rodopio entre véus e moedas esqueço a ingratidão deste mundo e me entrego a magia que encanta minha alma e repousa meu espírito...
Quero tão pouco dessa vida...
Quero uma fogueira para dançar em volta...
Lençóis macios para amar...
Quero a lua e as estrela como testemunha do meu amor...
Quero a brisa da madrugada e nada mais encobrindo meu corpo que dança...
E quando os primeiros raios do sol nascer...ainda quero preso entre meus dedos uma taça de vinho seco...
Lanço a sorte a todos e como recompensa recebo-a de volta...
Assim é minha alma cigana”